Grainhas de Kiwi

Somos três amigas que já estão fartas de falar ao telemóvel e como tal resolvemos criar este blog (uma experiência nova para nós) onde pretendemos partilhar convosco os nossos pensamentos, o que gostamos, o que odiamos, o que nos faz comichão, o que nos faz sorrir e o que nos faz chorar. Enfim, queremos entrar em contacto com todos vós através deste modelo de interacção. Na realidade, temos é medo de perder o comboio da tecnologia.

segunda-feira, maio 29, 2006

Platero e eu - Juan Ramón Jiménez


Um maravilhoso livro de poemas em prosa sobre a bela e terna história de amizade entre um homem (narrador), habitante de uma aldeia em Espanha e o seu burro (Platero). Cada capítulo é uma história (poema) onde o homem surge a falar com Platero, sobre este ou sobre o que sente por este. A descrição dos momentos, paisagens e vivências partilhadas, emocionam pela simplicidade e pureza, sendo, talvez, este o principal atributo desta obra. Cada história é uma reflexão sobre a vida em que a alegria e a tristeza surgem como face da mesma moeda, ambos os sentimentos aparecem com grande intensidade e como parte indissolúvel. O diálogo constante entre o homem e o burro, é visto com estranheza pelos aldeões, para eles, o homem é obscuro, solitário e muitas vezes chamado de “louco”. Situação que nos leva a questionar sobre a verdadeira essência do sentimento que, desprovido de certos factores sociais, surge na sua forma mais primitiva e talvez mais pura.



“A lua vem connosco, redonda, enorme, pura. Nos prados sonolentos vêem-se, vagamente, não sei que cabras negras, entre os silvados… Alguém se esconde, discreto, ao passarmos… Sobre o vale, uma imensa amendoeira, nívea de flor e de luar, confundida a copa com uma nuvem branca, cobiça o caminho asseteado de estrelas de Março… Um odor penetrante de laranjas… Humidade e silêncio… A azinhaga das Bruxas…
- Platero, que… frio!
Platero, não sei se com o seu medo ou com o meu, trota, entra no regato, pisa a lua e fá-la em pedaços. É como se um enxame de rosas de cristal enlaçasse, querendo retê-lo, o seu trote…
E Platero trota, encosta a cima, a garupa encolhida como se alguém o perseguisse, sentindo já a tepidez suave da aldeia que se avizinha…”

10 Comments:

At 9:21 da tarde, maio 29, 2006, Anonymous Anónimo said...

Boa escolha!
Para começar acho que esse livro é o ideal…
Não porque o me ofereceste nos anos, mas porque é um dos teus livros favoritos.
Acho que as relações com os bichos são sinceramente mais fáceis, que as relações com os ”homens”...(bicho complicado)
Força para o blog.

Ps: Como esta a Gata Micolina

 
At 9:54 da tarde, maio 29, 2006, Blogger Psipsina said...

Os bichos são a melhor coisa do mundo. A micas está óptima e cheia de mimo.

 
At 11:25 da tarde, maio 29, 2006, Blogger C_mim said...

Viva

Tanto quanto sei erá chá de hortelã decorado com morango e limão.

Obrigada pela visita. Volta sempre...

 
At 2:05 da tarde, maio 30, 2006, Anonymous Anónimo said...

É das coisas mais lindas a comunicação com os animais, aprende-se, para se ser louco basta ser diferente, "fala-se" com o cavalo através do olfacto e do tacto, com o golfinho através de "morse", experimentem...eu não tenho receio que me chamem louco

 
At 2:07 da tarde, maio 30, 2006, Anonymous Anónimo said...

C=sou eu Corto Maltese o que se faz acompanhar por uma gaivota! lol

 
At 3:07 da tarde, maio 30, 2006, Anonymous Anónimo said...

é sem dúvida um belo livro!

 
At 10:58 da tarde, maio 30, 2006, Anonymous Anónimo said...

Simplicidade e pureza...tá tudo dito! :)
Obrigada pela visita "registada"...

 
At 8:57 da tarde, maio 31, 2006, Blogger Soft said...

Excelente início para o tema da semana, de facto! Havias de escrever um livro sobre ti e a Micas...

 
At 9:51 da tarde, maio 31, 2006, Blogger Psipsina said...

Não conseguiria escrever, e ninguem acharia piada à minha estória com a micas.

 
At 5:08 da tarde, agosto 29, 2012, Anonymous Joaquim Nicolau said...

Parabéns pelo vosso blog!Espero que continuem a divulgar as vossas ideias e a boa literatura. Platero é sem duvida um hino à amizade entre o homem e toda a beleza que o rodeia.

 

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